Esse projeto nasceu de um desejo de registrar o bairro paulistano da Vila Anglo Brasileira, em que morei por anos. O bairro, historicamente proletário, é cercado por bairros de alto padrão e tem passado por um processo de gentrificação. Uma de suas principais características físicas são suas ruas tortuosas, cheias de subidas e descidas, sendo permeado por escadões e passagens que conectam suas ruas de forma mais rápida e direta do que se percorrêssemos suas ruas. São os caminhos pedestres que se desenham como alternativas para a vivência motorizada dos carros, e apresentam ruelas que funcionam como portais que conectam lugares aparentemente desconectados.
As imagens alternam-se entre colagens digitais de fotografias feitas com uma câmera de plástico de baixa resolução e uma câmera Rolleiflex de alta qualidade ótica. Os negativos estavam vencidos há alguns anos, e acrescentaram mais uma camada à essa colagem, agora de ruídos e defeitos.
Este trabalho fez parte de uma exposição coletiva no espaço Condô Cultural, em julho de 2015.
EVIDENCES AND PASSAGES
In this project, I aimed to investigate low-fidelity cameras. I used a Chinese medium format camera, entirely constructed of plastic, with very rudimentary optics. The negatives had expired several years ago, emphasizing the precariousness brought by both the camera and the content. In the development process, I chose to use negative chemicals to process films that were reversible. The result was an accentuation of contrast and color saturation, contributing to the creation of a hazy atmosphere.
For other images, I used the Rolleiflex, intending to take advantage of its high optical resolution and create a counterpoint to the images from the plastic camera. In a narrative interplay between low quality and high resolution, I digitally overlapped images taken with both cameras: the fragility of the object on top of the fragility of the camera.
This work was part of an collective exhibition at Condô Cultural Center of Culture in July 2015.